terça-feira, 27 de outubro de 2009

Reformar é preciso

  
Na placa de obra, a descrição: construção da escola de balé 'das comunidades'. Dançando para não dançar, se vi direito de longe, é o nome da tal escola. O prédio, que vejo abandonado desde que me conheço por gente, fica no vértice formado por Mem de Sá com Frei Caneca, onde a reforma come solta, dando outra cara, saudável, ao imóvel. Mas, se a recuperação do edifício me deixa contente, o uso previsto me incomoda. E, ainda por cima, faz pensar.

Por que uma escola específica para alunos 'da comunidade'? (Aliás, por que 'comunidade'? Que conceito é esse? Ainda seria um eufemismo para favela?) Por que não construir uma escola que seja para todos, inclusive os alunos 'da comunidade', em vez de confiná-los a esse, talvez possamos chamar assim, gueto cultural?

Nem mesmo portadores de necessidades especiais são tratados com esse espírito de exclusão hoje em dia, à exceção daqueles que possuam uma especificidade que recomende um tratamento diferenciado. O respeito às diferenças e a integração social nunca foram mutuamente excludentes; ainda mais no plano econômico.

Segregar em vez de integrar e inverter a ótica da leitura: privilegiar aquele que é desfavorecido, para dar-lhe um status político carente de sustentação e de significado. Um jeito triste de tratar as pessoas. Sem dignidade. Essa mentalidade precisa mesmo mudar.


Boa Tarde, Rio!

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